sexta-feira, 30 de abril de 2010

Arte como educação e cidadania


Arte como educação e cidadania


Não é possível conhecer um país sem conhecer e compreender sua arte - essa é a opinião da professora Ana Mae Barbosa, da Escola e Comunicações e Artes da USP. "Um país só pode ser considerado culturalmente desenvolvido se ele tem uma alta produção e também uma alta compreensão dessa produção", declara. "A linguagem visual nos domina no mundo lá fora e não há nenhuma preocupação dentro da escola em preparar o aluno para ler essas imagens. O público quer conhecer; falta educação para a arte".

Na opinião de Ana, os professores do ensino fundamental e médio costumam priorizar a linguagem científica e discursiva, mas é preciso que o aluno tenha também uma alfabetização visual para compreender a linguagem que o rodeia em outdoors, na televisão, no computador. "É importante entender arte, que é a representação do país por seus próprios membros", ela ressalta. "E a configuração visual do país é dada pelas artes plásticas".

Ana afirma que até a década de 50 a educação era baseada na expressão artística, no ato de fazer, mas que desde então se iniciou uma mudança metodológica no ensino das escolas, que tentam preparar melhor os alunos para ver e entender as obras de arte. "O público em geral sabe que a arte contemporânea, a que está nos museus é o código erudito, o código do poder. Sem dominar esse código ele se sente longe do poder sobre a sua própria cultura".

Ana considera a produção cultural do país "muito boa", mas acha que os artistas brasileiros estão escondidos do público. "Eles têm espaço nas galerias, e também nas feiras internacionais, mas só são mesmo valorizados depois de fazer sucesso no exterior", declara. A professora considera uma "perversidade terrível" com o público o fato de os museus possuírem grandes acervos e mantê-los guardados por falta de espaço, quando deveriam manter as obras expostas permanentemente.

E o que as artes plásticas estão dizendo do país, atualmente? "Estão perguntando: onde está a nossa salvação?", responde Ana. "Todo projeto com as classes menos favorecidas, crianças de rua, crianças prostituídas, têm começado pela arte", pondera, lembrando também do contato do fotógrafo Sebastião Salgado com o Movimento dos Sem-Terra. "A arte está escondida, mas presente em todos esses movimentos de recuperação social. Graças a iniciativas pessoais e não-governamentais, está acontecendo".

A professora está organizando o curso de aperfeiçoamento Aprendizagem da Arte e Cultura Contemporânea, que ocorre de março a junho e é destinado àqueles que querem melhorar sua apreciação pessoal das obras de arte e, principalmente, para professores que querem ensi-nar arte para seus alunos e não têm diploma universitário ou equivalente no currículo. O curso que Ana organiza inclui ateliês e aulas sobre história da arte e metodologias de ensino e aprendizagem da arte. Os alunos farão trabalhos artísticos, buscando referências na produção contemporânea e aprenderão a ler e analisar as obras de arte com referenciais históricos. "O fazer é muito importante para despertar a capacidade perceptiva para as nuances da construção artística", explica a professora. "Ao mesmo tempo, nossa história da arte pretende entrecruzar a linha do tempo com a análise das obras e da relação entre seus elementos, para tentar construir seu significado", conclui

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Aluno:Carlos Tito

5 comentários:

  1. Não é possível conhecer um país sem conhecer e compreender sua arte[...]
    Só com essa frase de início já nos dá uma super vontade de ler todo o conteúdo.Ao longo do texto ela fala sobre os movimentos como os Sem-terra. Diz que:"A arte está escondida, mas presente em todos esses movimentos de recuperação social. Graças a iniciativas pessoais e não-governamentais, está acontecendo".
    Isso fez me lembra dos famosos caras pintadas em que o jovens foram as ruas...

    Aluno:Carlos Tito

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  2. Em relação a foto podemos fazer uma relação entre este boneco com a faixa preta nos com os alunos da Rede pública de ensino.Que em muito dos casos não tem acesso a educação artística sendo quase que privilégios de alguns poucos que estudam na Rede privada de ensino.
    Uma pena é claro quando todos deveriam ter acesso a educação de boa qualidade,para a formação de um cidadão consciente das coisas que acontecem a sua volta.
    Mas quem sabe em futuro não tão distante...

    Aluno:Carlos Tito

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  3. É preciso valorizar mais a arte. A arte é tão importante como qualquer disciplina. Mas não concordo que o acesso a arte é um privilégio dos que frequentam as escolas particulares, hoje poucos dão valor a arte. Não é só nas escolas públicas não.
    É importante saber que a arte não se limita a fazer desenhos bobos na sala de artes, fazer bandeirinhas de São João....Música, dança, arquitetura são exemplos de arte. Ou seja, se arte não é valorizada pelos alunos ou pela escola é por que não é incentivada da maneira correta

    Omar Rafael

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  4. Concordo com você Omar!

    Aluno:Carlos Tito

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  5. Fiz esta citação em um artigo e estou procurando ano e data em que a mesma foi feita. Preciso de ajuda, conto com você e agradeço. "Um país só pode ser considerado culturalmente desenvolvido se ele tem uma alta produção e também uma alta compreensão dessa produção", declara. "A linguagem visual nos domina no mundo lá fora e não há nenhuma preocupação dentro da escola em preparar o aluno para ler essas imagens. O público quer conhecer; falta educação para a arte".

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